clube de canoa havaiana

Todo remador de canoa havaiana precisa ficar atento não somente na hora da remada mas, também, antes e depois. Para que você entenda melhor as principais regras para quem pretende remar com a gente, separamos algumas regras com informações super importantes.

Muitas dessas dúvidas são bastante frequentes, então vamos te explicar o porquê de cada uma dessas regras. Confira:

 

1: POR QUE NÃO POSSO PASSAR POR CIMA OU PULAR UMA CANOA? 

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Praia do Pontal – Recreio

A resposta à essa dúvida está relacionada com as crenças dos povos nativos do Havaí, chamados kanaka maoli. Acreditava-se que dentro de todas as pessoas existe uma energia, denominada “mana” e que seria extremamente rude passar por cima de uma pessoa.

A ideia é de que, ao fazer isso, o fluxo mana é interrompido e a pessoa tem sua vida diminuída e o mesmo acontece com a canoa. Ao evitar pular ou passar por cima da mesma, irá garantir com que sua vida seja poupada e que ela fique conosco por mais tempo.

 

2: A CANOA HAVAIANA É VIVA! 

Antigamente no Havaí, antes da introdução da fibra de vidro e carbono, as canoas eram esculpidas em madeira. E é por esse motivo que ela é considerada viva: ela se originou de algo vivo, uma árvore!

Passavam-se horas no processo de escolha da árvore, no corte e também para carregar as árvores da montanha até a praia. Depois disso, ainda tinha a parte de moldar a canoa como uma embarcação que fosse útil para navegar.

O espírito da árvore que foi escolhida e moldada estava vivo na canoa, compartilhando o mana de todos aqueles que estavam envolvidos na construção e, também, dos remadores. E é exatamente isso o que torna a canoa em algo tão especial!

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Lagoa de Marapendi – Recreio

Ou seja, o ato de remar em si é uma troca de mana do remador com a canoa assim como com aqueles remadores que estiveram alí antes e remaram antes de você. É por esse motivo que a canoa havaiana é um esporte coletivo, que propicia a troca de energias com participantes e com a natureza.

A wa’a (canoa) é uma entidade viva. Ela se torna o sétimo integrante da equipe e é assim que ela deve ser tratada pois, sem ela, você não consegue ir a lugar algum. Portanto, lembre-se de todo cuidado que a canoa precisa, como se ela fosse uma pessoa como qualquer um de nós.

Não a desrespeite, peça desculpas e não erre novamente. Até porque, se você se desculpa uma vez pelo erro e volta a cometê-lo, quer dizer que o pedido de desculpas não foi sincero.

Cada wa’a tem uma personalidade própria que é descoberta durante a criação do seu leme. Algumas canoas surfam com mais facilidade enquanto outras precisam de mais incentivo. E, enquanto umas são mais receptivas com as correções de direção, as outras tem um temperamento mais forte.

Isso tudo faz parte do mana desse espírito vivo que é a canoa!

3: POR FAVOR, NÃO LEVE BANANAS!

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Praia da Macumba – Recreio

Pode até parecer piada, mas provavelmente você deve ter ouvido essa frase ao entrar em contato com o universo da canoa.

Apesar de poder parecer mais uma piada para muitas pessoas, essa história tem uma explicação.

Segundo a crença dos havaianos nativos, alguém estar levando bananas na canoa era um sinal de mau presságio. Isso porque as bananas estragam rapidamente quando colhidas e transportá-las de um lado para o outro na wa’a exigia movimentos rápidos.

Para quem não sabe, esses movimentos rápidos na água significam que não há tempo para pescar e ficar sem peixe é ficar sem alimento. Sem contar também que as bananas são mais grudentas e viscosas, um risco para acidentes.

Então, por favor, nada de levar bananas para a canoa!

4: O USO DE SAPATOS 

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Pés na água!

Ao colocar a canoa na água, a calçada ou areia do trajeto estão bem quentes geralmente. Logo, o uso de sapatos para proteger os pés é essencial.

Entretanto, é preciso tirá-los na canoa e prendê-los ao seu banco. Essa é uma forma de aproveitar a experiência de uma forma mais conectada à canoa, uma vez que, de pés descalços, você consegue sentir o movimento da canoa.

Sentir a canoa dessa forma, te ajuda a ajustar o ritmo da remada, a força e a sincronia com os outros remadores. Assim, você consegue identificar se a canoa está pulando, balançando ou subindo.

5: NÃO FIQUE DE PÉ! 

Inventar de ficar de pé na wa’a, pisando nos bancos, vai além e uma questão de segurança. Já pensou em alguém pisoteando suas costas? Desagradável, né? Pois, é assim que a canoa também se sente.

 

6: POSSO SENTAR NA WA’A EM TERRA SECA?

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Praia da Macumba – Rio de Janeiro

Enquanto a wa’a estiver em terra seca, não sente dentro ou sobre ela. A exceção para que isso possa ser feito é caso esteja ocorrendo alguma demonstração ou treinamento. 

Mas, por que isso? Bom, pelo mesmo motivo da regra anterior: você não quer carregar um peso desnecessário no seu corpo, certo?

 

 

7: POR QUE A WA’A FICA DE FRENTE PARA O MAR QUANDO ESTÁ NA PRAIA? QUE DIFERENÇA FAZ?

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Praia do Pontal – Rio de Janeiro

A explicação dessa regra vem de uma lição aprendida por toda criança havaiana kanaka maoli: NUNCA vire as costas para o oceano. Jamais.

Por ser uma entidade viva, a wa’a precisa ficar de frente para o oceano para acabar não reduzindo o seu mana. Ao mesmo tempo, quando se recupera uma canoa de um huli e se quer impedir com que ela seja inundada de novo, apontá-la para as ondas ajuda bastante.

 

8: PRONUNCIE CORRETAMENTE OS NOMES HAVAIANOS DAS PARTES DA CANOA

Pode parecer bobagem, mas ninguém gosta quando tem seu trocado por algum totalmente diferente ou quando é chamado de um jeito diferente do que realmente é, certo?

O mesmo funciona para a wa’a. Portanto, pratique os nomes de cada parte dela para não se perder na hora de falar.

9: APÓS O TREINO OU COMPETIÇÃO 

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Lagoa de Marapendi – Recreio

Também por se tratar de algo coletivo, não existe somente um responsável pela canoa. Todos precisam ajudar a mantê-la e cuidá-la.

Afinal, ela te carregou por quilômetros, te oferecer experiências mágicas e cuidou da sua segurança. Então, nada mais justo do que retribuir de maneira recíproca, certo?

Lavar a canoa e limpá-la da areia ou qualquer outra sujeira é uma forma de retribuir sua gentileza e cuidá-la com carinho. Além disso, ajuda na identificação de algum dano, arranhão, amarração solta e detalhes que precisam de atenção antes que ela volte para o mar.

Ela é muito mais que um equipamento, lembre-se de que a wa’a é viva.

 

10: RESPEITO!

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Galera unida!

Em resumo, as regras são regidas pelo respeito e é sobre isso a que tudo se resume. A wa’a faz parte da equipe, ela é sua companheira e não só mais uma utilidade.

Ela é viva, respira, sente e emana energia. Por isso, é preciso ter respeito também com o mana que é compartilhado com ela e com os outros remadores.

Por isso, lembre-se de alimentar esse mana com falas positivas, respeito e aloha. Dessa forma, uma boa experiência será garantida para todos.

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